segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009


Os ADOLESCENTES manifestam-se pacificamente, quando os ADULTOS são violentos

Estudantes mantêm mobilização contra polícias na Grécia
13 de Dezembro de 2008, 19:41
Os estudantes voltaram às ruas de Atenas e Salônica (norte) neste sábado para um protesto pacífico pela morte de um adolescente, há uma semana, vítima dos disparos de um polícia, episódio que deflagrou uma onda de violência urbana na Grécia.
No início da tarde, cerca de 300 estudantes participaram duma vigília na praça ateniense de Syntagma, em homenagem ao adolescente Alexis Grigoropoulos, de 15 anos. Os jovens, alguns com flores, estenderam duas grandes faixas na frente do Parlamento, nas quais se lia "Condenamos a violência, é preciso desarmar a polícia" e "06/12/08, Alexis Grigoropoulos, não nos esqueceremos de ti".
Algumas horas depois, pelo menos 2.000 alunos reuniram-se na praça e diante do túmulo do soldado desconhecido, cercada pela polícia. Muitos insultaram as forças de segurança, e houve novo momento de tensão, frente a frente, por mais de uma hora, até a dispersão dos estudantes.
A maioria dos manifestantes era formada por alunos da Escola Politécnica e da Faculdade de Direito e carregava cartazes com palavras de ordem como "O Estado mata" e "Assassinos".
Também foram distribuídos panfletos de uma comissão de coordenação estudantil, nos quais se anunciavam novos protestos para segunda-feira, na frente da secretaria de Polícia, e uma grande manifestação geral do sector de ensino para a próxima quinta, diante do Parlamento.
Foi adiada para domingo uma concentração prevista para sábado no bairro ateniense de Exarchia, onde o jovem Alexis faleceu.
Em Salônica, a segunda cidade da Grécia, houve alguns incidentes durante uma passeata de 2.000 pessoas, neste sábado. Grupos de radicais que uniram-se a uma manifestação pacífica de estudantes de esquerda viraram latas de lixo, atacaram um carro e destruíram uma câmara de vigilância de um banco no centro da cidade. Não houve confronto com a polícia.
Na sexta-feira à noite, uma série de pequenos atentados com explosivos voltou a agitar Atenas, mas sem embate entre manifestantes e policias. Os ataques, pelos quais nenhum grupo se responsabilizou até o momento e que não deixaram vítimas, foram lançados contra cinco agências bancárias (quatro gregas e uma americana) e contra uma sede local do partido conservador no poder Nova Democracia (ND), em dois bairros atenienses. Um supermercado e uma loja do Escritório de Telecomunicações (OTE) também foram atacados.
Os atentados provocaram danos materiais e princípios de incêndio, rapidamente sufocados pelos bombeiros. Automóveis também foram incendiados em dois bairros da capital.
Há dois dias, a polícia diz constatar "uma diminuição da tensão", em relação ao início da semana, quando houve violentos confrontos em Atenas e nas principais cidades gregas.
No plano político, o primeiro-ministro Costas Caramanlis, bastante enfraquecido pela crise, descartou na sexta-feira que vá renunciar ao cargo, ou organizar eleições antecipadas.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009




Entrevista no Instituto Madre Matilde com a Irmã Maria



Há cerca de 40 anos atrás, tínhamos 60 crianças, 30 que vieram da casa Pia quando esta caiu, e 30 crianças da Póvoa, tivemos um caso de uma criança que sofreu de abusos dentro do seio da sua família, albergamos no máximo 28 crianças no internato, mas agora temos apenas 24.
O instituto tem 2 valências, o internato que alberga apenas meninas dos 3 aos 18 anos, sendo crianças desfavorecidas e o externato que consiste no jardim-de-infância e escola Primária sendo aberto ao público em geral, o pagamento depende do rendimento de cada um.
Antigamente as raparigas iam ter ao instituto devido a problemas monetários, mas hoje em dia as crianças vão para o instituto devido a problemas morais, afectivos e de valores que levam a que as crianças sejam afastadas dos pais. Tivemos apenas um bebé que foi abandonado.
As crianças demonstram também as influências dos seus progenitores os drogados, prostitutas, bêbados, desempregados, as que vão para os institutos têm muitas vezes carências a nível de regras e educação, tiveram de expulsar 4 raparigas da instituição, pois estas estavam incontroláveis, tornando-se activas sexualmente, e influenciando as meninas mais novas, transmitindo a falta de dignidade da mulher e uma falta de valores. Assim como uma maçã podre numa fruteira, as outras não permanecem sãs durante muito mais tempo, portanto devem ser separadas. A evolução das sociedades, com um modo de vida direccionado para a sexualidade, não trás felicidade, desvaloriza-se o valor do amor.
Na instituição, temos uma psicóloga, uma assistente social, educadoras de infância (a própria irmã Maria) e varias funcionárias.
As crianças são admitidas no instituto, através de uma participação pelas assistentes sociais à comissão de menores, esta por sua vez comunica o caso ao tribunal que toma a decisão final.
O instituto Madre Matilde é um instituto Universal, com cerca 40 colégios, 30 deles em Espanha de onde a madre Matilde é natural, 3 no México, 1 em Roma, na Colômbia, Peru, nas Ilhas Canárias, com apoio do Papa. Em Portugal têm casas de retiro religioso em Fátima, Niza e Marvão, entre outras. Apoiamos idosos e crianças, não fosse o nosso lema “Por amor a Deus ajudamos os mais desfavorecidos”!
Temos uma parceria com a segurança social, um contracto anual e renovável, que nos providencia um subsídio para cada criança, e recebemos alguns donativos e apoios da Junta Freguesia, o Banco Alimentar (cabaz mensal), donativos de supermercados, e oferta de roupa e prendas dos cidadãos.
As crianças do Instituto podem ser adoptadas, mas os pais têm de consentir, assim como a criança, trata-se de um processo moroso e complicado. As crianças afeiçoam-se ao colégio, temos também famílias de acolhimento, e muitas vezes as crianças têm uma ideia errada sobre os pais biológicos sobrevalorizando-os.
As meninas dedicam-se ás mais variadas actividades no colégio, desde a aprendizagem da lida doméstica, até às actividades manuais e educação moral, o catolicismo não é obrigatório, aos domingos as católicas vão á missa e á tarde as crianças passeiam.
Durante as férias as raparigas têm direito a levantar-se mais tarde, a sair, vão á praia, a colónias de férias, a eventos da Câmara, e saídas individuais muito controladas.
Este Mundo não é para crianças, pois elas são o futuro da sociedade, mas esta não está preparada para as fazer felizes, os pais não têm tempo para conviver com as crianças, dão-lhes bens materiais, em vez da atenção que merecem, as crianças são negligenciadas, para elas este é um mundo agressivo, não têm regras nem valores, os direitos sobrepõem-se aos deveres e controlo.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

"Este Mundo Não É Para Crianças"




Entrevista na casa do Regaço com a psicóloga Catarina



1-Qual o número de crianças que o instituto consegue albergar?



Temos 20 vagas mais 2 de emergência. Mas de momento temos 26 crianças no instituto.



2-Qual é a proveniência das crianças que albergam?



As crianças que albergamos por vezes podem ser retiradas aos pais pelas comissões de menores e pelo tribunal que opera através da segurança social mas nem sempre o são.



Relativamente a sua localização, as crianças podem provir de todas as zonas do país, já tivemos o caso de uma crianças que veio do sul, mas geralmente as crianças são do distrito do porto e muitas delas da Póvoa de Varzim.



3-Têm parceria com outras associações? Realizam actividades em conjunto com as mesmas?



Não temos parcerias formais com nenhuma associação. Porém realizamos actividades com algumas associações, com o grande colégio, Varzim lazer, pois temos uma criança que necessita de ir a natação regularmente, todas as nossa crianças andam nos escuteiros, também temos parcerias com organizações de saúde, estamos também a organizar um intercâmbio com outras instituições de caridade do Vale de Lamara.



4- As crianças do instituto podem ser adoptadas?



Existe essa possibilidade, se a criança tiver sido maltratada, abusada, abandonada ou se os seus pais não tiverem competência para cuidar da crianças, sendo algo muito relativo, mas trata-se de um processo complicado e da competência dos tribunais.



Recentemente tivemos 3 casos de crianças adoptadas.



5- Até que idade pode estar uma criança nesta instituição?



Tecnicamente só até aos 18 anos, mas já cá tivemos um jovem de 19 anos!



Mas os tribunais e as equipas de acompanhamento da respectiva criança ou jovem podem pedir um prolongamento da sua protecção e alojamento até ao um máximo de 21 anos.



6- Qual o tipo de actividades realizadas na instituição?



Durante a semana não temos muito tempo para actividades, pois as crianças saem daqui de manhã cedo e só chegam a tarde, as crianças dedicam-se basicamente aos trabalhos de casa e a actividades extra curriculares.



7- Quais são as actividades realizadas durante o fim-de-semana e as férias?



Durante o fim-de-semana realizamos os mais variados ateliers de artes plásticas, teatro, etc…



Durante as férias de verão temos a praia a piscinas, visitas ao exterior, jardim zoológico e quintas.



8- Como tratam uma criança que após ser retirada aos pais, reage de forma rebelde?



O primeiro passo e retirá-la do meio da confusão da beira das outras crianças e adultos, e tentamos resolver o assunto sempre com base no diálogo e não de outra forma.



9- De que modo é que o desenvolvimento social interfere nas relações familiares?



Tivemos apenas um caso um caso de uma criança que veio para a nossa instituição que era de um estatuto social elevado.



Mas geralmente as crianças são de estatutos sociais mais pobres, pois muitas vezes os pais não podem sustentar essa criança e também existem casos de toxicodependência, etc.



Muitas vezes essas crianças chegam até nós sem hábitos de trabalho, de higiene e com completa ausência de regras.



10- As Crianças que sofreram algum tipo violência, tendem a ser violentas com os colegas?



O caso e muito relativo pois a criança violentada tanto pode reagir de uma forma violenta., passando a sua forma de comunicação a violência tanto verbal com física, como pode reagir de uma forma mais recatada tendo muito dificuldade em interagir com as outra crianças, isolando-se e tornando-se muito submissas.



11- Qual o papel do psicóloga desta instituição no desenvolvimento e integração das crianças na sociedade?



Em primeiro lugar procuramos a estabilidade emocional, processamos as vivência familiar da criança, o integramento da criança no seu “eu”, na sua própria vivência, ajudamos a crianças a obter regras, competências e motivamo-los para o estudo.



12- Quais os apoios do governo e da sociedade a esta instituição?



Em relação á sociedade temos imensos voluntários e recebemos donativos (roupas , brinquedo, móveis,…)



Em relação ao Estado, recebemos apoios da sociedade civil e do apoio social todos estes apoios são monetários.



13- Com que regularidade as crianças são acompanhadas por médicos e psicólogos?



As crianças recebem os cuidados de saúde são necessárias ás suas exigências normais, sendo este assunto relativo.



14- Se a crianças não se adaptar ao instituto quais as medidas a tomar e qual a possibilidade de isso acontecer?



Quando uma criança não se adapta ao instituto devemos comunicar o sucedido ao tribunal e aos técnicos responsáveis, que tratam de procurar uma vaga noutro local, mas o próprio processo de adaptação e um processo muito difícil, e moroso. Mas nunca tivemos nenhum caso deste género.



15- Os familiares têm direito a visitá-los? Quando visitadas o comportamento das crianças altera-se?



Os familiares só não têm direito a visitar a criança com proibição judicial ou se a criança se mostrar apreensiva em ver os seus familiares.



As Crianças podem reagir das mais variadas formas, ou se mostram muito vulneráveis ou simplesmente se mostram indiferentes trata-se de um processo sempre difícil.



16- Concorda com o tema do nosso trabalho?



Sim, concordo